segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

USP - um caso de polícia.

A expulssão de 9 ocupantes no DCE(USP),feita polícia militar paulista,além de por fim a um projeto de revitalização do espaço e promoção de atividades pedagógicas,é também o reflexo de uma legislação caduca;de uma manobra muito bem articulada pela base conservadora;de uma esquerda dividida e de movimentos sociais que apenas reproduzem essa desordem institucionalizada.
O abuso cometido pelos policiais só foi possível pelo convênio feito com a pm pelo por hora reitor João Grandino Rodas,que por sua vez(o convênio) só foi legitimado graças a um regimento interno(isso mesmo,a USP é uma instituição oligárquica)assinado por Luís Antônio da Gama e Silva,o mesmo que assinou o AI-5.
Ainda assim,em redes virtuais aparecem demonstrações de apoio a essas medidas de "segurança",incentivando a privatização da universidade(proposta pela atual gestão).Essa articulação da base conservadora e militarista com ares neo-liberais não é novidade no cenário político internacional,mas o que testemunhamos aqui é:-o uso do aparato estatal,do dinheiro do contribuinte,da influência e aparelhamento da academia para criminalizar movimentos sociais e/ou apartidários.
O grau de insanidade é tão alto que chegaram a incluir em uma lista de objetos supostamente roubados por alunos que ocupavam a reitoria no final do ano de 2011,12 toneladas de alimentos.Dos alunos envolvidos nesse processo 6 foram expulsos da universidade e alguns ainda continuam presos.
Enquanto isso "movimentos progressistas" financiados por legendas de esquerda,recheados de interesses politiqueiros nada fazem.
É urgente uma resposta das autoridades,dos intelectuais,dos alunos e da sociedade civíl.O DCE deve ser devolvido aos alunos;nenhum prédio do CRUSP deverá ser demolido e os mesmos devem servir de residência para os estudantes e não para abrigar secretarias da universidade;a circulação nas dependências do campus deve ser livre a qualquer hora e a qualquer dia da semana para todo e qualquer cidadão;a USP não pode,em hipótese alguma ser privatizada e a PM tem que sair imediatamente.
Além disso,é necessária uma reforma na educação a nível nacional,criando condições para que alunos do ensino fundamental e médio da rede pública tenham condições equivalentes de competir com os mesmos alunos da rede privada.Caso contrário estaremos caminhando no sentido mais fascista e obscuro das engenharias sociais.

Danilo H. - Frente Antifascista

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