segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Anarquismo e Feminismo:

As novas formas de "relações conjugais" e de "relações domésticas" sugerem um novo modelo de feminilidade: o da "mulher liberada", segundo um tipo de liberação que convém a economia capitalista e as políticas dos Estados governantes. O princípio básico desta feminilidade é a igualdade na diferença. De um lado, as mulheres adquiriram os mesmos direitos e deveres que os homens, no que diz, respeito ao matrimônio, a família ao trabalho e à vida política social. Do outro lado, as diferenças específicas homem - mulher devem e precisam ser preservadas. Esta especificidade refere-se a toda uma série de características físicas, intelectuais e emocionais que são consideradas típicas da natureza feminina. No entanto, tal conceituação de feminilidade não mais eficiente para descrever a mulher no mundo atual Antes, impõe e estabelece um novo estereótipo normatizado e normalizado da mulher. Os componentes clássicos da mulher submissa eram: heterossexualidade, passividade, narcisismo e sentimentalismo. Hoje, os componentes básicos da mulher liberada camuflam os anteriores e adaptam a mulher às características deste novo ser emergente: individualismo, autonomia, força, autocontrole, eficácia e racionalidade. Não obstante as suas contradições, este modelo e mulher justifica psicologicamente e permite socialmente ao mesmo tempo a relação conjugal, a maternidade e, na esfera das relações econômicas, a divisão do trabalho com o homem. No contexto político, a feminilidade é objeto de negociações de todo tipo entre os movimentos feministas e as instituições que produzem, difundem e inculcam ideologias nas sociedades modernas: o Estado, os meios de comunicação e o meio cultural. O modelo da "mulher liberada" é, basicamente, o reflexo das relações de poder entre esses dois agentes: Os movimentos feministas e os Estados governantes. Este novo modelo de feminilidade não só torna possível formas "avançadas" de opressão sobre a "mulher liberada", como também, constitui o fator - chave da reversibilidade do movimento de liberação feminina, enquanto movimento cooptado pelo Estado. A história das mulheres é uma história de avanços e recuos. Em certos períodos históricos, as mulheres adquiriram direitos formais e informais que, em outros períodos, foram perdidos. Por outro lado, outros foram conquistados, de maneiras diversas e em contextos diversos, e assim por diante. Toda mudança econômica, social e política relevante implica em conseqüências positivas ou negativas para as mulheres. Melhorias em sua condição são sempre fruto de uma mobilização ativa, inserida na contradição dessas mudanças. A ideologia da feminilidade reflete a variação, no tempo, de uma essência mantida imutável: "o eterno feminino". A eficácia do feminismo, a curto e a longo prazos, depende, em grande parte, da capacidade das mulher em impedir a formação e a institucionalizacão de novas variantes do "eterno feminino", mesmo que venham apresentadas como parte integrante do processo de liberação da mulher. O potencial de força das mulheres somente poderá ser mobilizado e usado em favor de sua verdadeira liberação, se o movimento feminista trilhar um caminho verdadeiramente revolucionário. Em outras palavras, se optar por uma mudança da ordem social e não na ordem social. O anarquismo oferece instrumentos de organização e de luta revolucionária capazes de tornar realidade o potencial subversivo do feminismo. Em sua origem, o feminismo representou um sério golpe nas estruturas de poder, em sua forma mais elementar e básica: o controle interpessoal, no jogo recíproco de força e consenso. Mas a força do protesto feminista pode-se voltar contra as mulheres, se, em sua luta contra a dominação, decidirem aliar-se às instituições detentoras de poder: os partidos políticos e os aparelhos de Estado. O Estado tornou-se (ou foi convertido em) interlocutor privilegiado do movimento feminista moderno, desde seu surgimento, e de forma cada vez mais íntima. Em seu diálogo com o Estado, o movimento das mulheres, ao formular suas reivindicações principais, terminou por assimilar-lhe a linguagem. Dessa forma, adquiriram elas direitos que o Estado pode garantir, reformas que o Estado pode realizar e recursos que o Estado pode distribuir. Ainda o Estado apresenta-se como agente garantidor de mudanças em esferas privadas que ele (Estado) não pode realizar diretamente, coma no caso de relações sexuais e afetivas homem – mulher. Da mesma maneira que a movimento operário, especialmente em suas formas sindicais institucionalizadas, o movimento feminista é, a todo momento, levado a negociar com o Estado. Por sen turno, o movimento feminista dispõe-se a esse tipo de negociação porque lhe parece que somente esta forma mostra-se capaz de impor respeito a maridos, patrões, pais, concidadãos, colégios, dirigentes de todo tipo, intelectuais, etc. Essa interação movimento feminista - Estado é coerente com a lógica dos sistemas sociais vigentes. De fato, a função principal do Estado moderno é expressar e neutralizar as tensões e os conflitos causados por atritos entre sujeitos sociais, especialmente as relativos a classes sociais e sexos. Todo movimento de protesto, a qualquer nível de luta, é necessariamente remetido ao Estado. E este dispõe dos recursos e mecanismos necessários para neutralizá-lo. Pode e tem reprimido protestos com o uso da violência, mas também tem e pode determinar realizar modificações funcionais do sistema, com vistas a reduzir as tensões, sem comprometer a sua autoridade e perpetuação. A história do movimento operário, das lutas raciais, dos movimentos estudantis oferecem uma farta ilustração de como opera o mecanismo estatal de controle nas Sociedades modernas. Sem dúvida, as mulheres obtiveram, sobretudo por parte do Estado, o reconhecimento de certos direitos e melhorias parciais de sua condição. Na maior parte dos casos, estas vitórias das mulheres tornaram-se, também, vitórias do Estado, na medida em que significaram, em certa medida, um aumento da capacidade do Estado de controlá-las e a seu movimento. Alguns organismos instalados a nível governamental têm toda a aparência de mecanismos permanentes de controle sobre as mulheres e seu movimento, como, por exemplo, comitês, comissões, institutos montados para estudar a mulher, formular soluções para seus problemas e, até, para montar e implantar projetos feministas. Estes organismos e instituições multiplicam-se e proliferam em sociedades nas quais a movimento feminista tem provocado fortes impactos e possui articulações regionais e internacionais. A despeito dessa interação, as relações mulheres - Estado estão longe de ser harmoniosas. Isso porque a Estado não resolveu - e nem pode resolver - as contradições que alimentam a revolta e a resistência das mulheres. Se, por um lado, oferece-se como um interlocutor e lhe fornece canais legais de reivindicações, por outros neutraliza seu potencial revolucionário e corrói seu potencial de libertação. 0 movimento feminista proclama, como principio, que o privado é político. Séculos de opressão demonstram que a afirmação é verdadeira sob todos as seus aspectos. É chegado o momento, no entanto, de uma predominâcia da esfera privada sobre a pública. A primeira é vida e desejo. A segunda é ordem e imposição. Imposição que sempre vem sob a camuflagem de ajudar o desejo, desejo que é sempre posto a serviço da ordem. Porque se trata, aqui, daquele desejo que a ordem programou e daquela imposição que o desejo previu e a ela se sujeitou. Para subverter este sistema, é necessário superar a linha imaginária que se construiu entre esfera pública e esfera privada. São duas faces da mesma moeda: a Estado - família e a família - Estado. É necessário liberar a consciência para o fato de que, neste âmbito de solidão e luta, a moeda corrente é o controle. Além de outras formas que devem ser liberadas, está aquela a que me referi no inicio - a feminilidade – e tal só pode ser feito se entendermos que é o poder que a produz e que são as mulheres as suas prisioneiras.___________________________________________ Nicole Laurin-Frenette Professora de Sociologia na Universidade de Montreal Membro do Instituto Anarchos, Montreal Canadá, in "Volontà", no. 4, 1982. revista anarquista trimestral editada na Itália

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Texto muito bom sobre Anarquia social e Anarquia como estilo de vida.

EXCERTOS Murray Bookchin. AUTONOMIA INDIVIDUAL E LIBERDADE SOCIAL: Por cerca de dois séculos, o anarquismo – um corpo extremamente ecumênico de idéias antiautoritárias – desenvolveu-se na tensão entre duas tendências basicamente contraditórias: um comprometimento pessoal com a autonomia individual e um comprometimento coletivo com a liberdade social. Essas tendências nunca se harmonizaram na história do pensamento libertário. De fato, para muitos do século passado, elas simplesmente coexistiam dentro do anarquismo como uma crença minimalista de oposição ao Estado, ao invés de uma crença maximalista que articulasse o tipo de nova sociedade que tinha de ser criada em seu lugar.(...) ANARCO-INDIVIDUALISMO Com a emergência do anarco-sindicalismo e do anarco-comunismo nos fins do século XIX e início do século XX, a necessidade de se resolver a tensão entre as tendências individualista e coletivista tornou-se essencialmente obsoleta. O anarco-individualismo foi, em grande medida, marginalizado pelos movimentos operários socialistas de massa, dos quais muitos anarquistas consideravam-se a esquerda. Em uma época de violentos levantes sociais, marcada pelo surgimento de um movimento de massas da classe trabalhadora que teve seu auge nos anos 1930 e na Revolução Espanhola, os anarco-sindicalistas e anarco-comunistas, não menos que os marxistas, consideravam o anarco-individualismo um exotismo pequeno-burguês. Eles não raro o atacavam, de maneira bastante direta, acusando-o de ser um capricho de classe-média, muito mais radicado no liberalismo do que no anarquismo.(...) Raramente os anarco-individualistas exerceram influência sobre a nascente classe operária. Eles expressavam sua oposição de forma pessoal e peculiar, especialmente em panfletos inflamados, comportamentos abusivos, e estilos de vida extravagantes nos guetos culturais do fin de siècle de Nova York, Paris e Londres. Como uma crença, o anarquismo individualista permaneceu, em grande medida, um estilo de vida boêmio, mais evidente em suas reivindicações de liberdade sexual (“amor livre”) e no fascínio pelas inovações na arte, no comportamento e nas vestimentas.(...) Nos tradicionalmente individualistas e liberais Estados Unidos e Inglaterra, os anos 1990 estão transbordando de auto-intitulados anarquistas que – descontando a retórica radical exibicionista – vêm cultivando um anarco-individualismo moderno que chamarei de anarquismo de estilo de vida. Suas preocupações com o ego, sua unicidade e seus conceitos polimorfos de resistência vêm constantemente desgastando o caráter socialista da tradição libertária.(...) ANARQUISMO DE ESTILO DE VIDA Num sentido bastante concreto, eles [os anarquistas de estilo de vida] não são mais socialistas – defensores de uma sociedade libertária comunalmente orientada – e abstêm-se de qualquer comprometimento com um confronto social organizado e programaticamente coerente contra a ordem existente.(...) Aventurismo ad hoc, ostentação pessoal, uma aversão à teoria estranhamente similar às tendências anti-racionais do pós-modernismo, celebrações de incoerência teórica (pluralismo), um compromisso basicamente apolítico e antiorganizacional com a imaginação, o desejo, o êxtase e um encantamento da vida cotidiana intensamente voltado para si mesmo refletem o preço que a reação social cobrou do anarquismo euro-americano nas últimas duas décadas.(...) O ego – mais precisamente sua encarnação em vários estilos de vida – tornou-se uma idéia fixa para muitos anarquistas pós-1960, que estão perdendo contato com a necessidade de uma oposição organizada, coletiva e programática à ordem social existente. “Protestos” sem firmeza, traquinagens sem objetivo, a afirmação dos próprios desejos, e uma “recolonização” muito pessoal da vida cotidiana, são um paralelo aos estilos de vida psicoterápicos, new age, auto-orientados de baby boomers entediados e membros da Geração X.(...) O anarquismo de estilo de vida, assim como o individualista, aporta um desdém para com a teoria, de ascendências místicas e primitivistas geralmente muito vagas, intuitivas, e mesmo anti-racionais, analisadas friamente.(...) Sua linha ideológica é basicamente liberal, fundamentada no mito do indivíduo completamente autônomo cujas reivindicações da própria soberania se valem de axiomáticos “direitos naturais”, “valores intrínsecos”, ou, em um nível mais sofisticado, do eu transcendental kantiano produtor de toda a realidade cognoscível. Essas tradicionais visões vêm à tona no “eu” ou no único (ego) de Max Stirner, que tem em comum com o existencialismo a tendência a absorver toda a realidade em si mesmo, como se o universo girasse em torno das escolhas do indivíduo auto-orientado.(...) Ao negar as instituições e a democracia, o anarquismo de estilo de vida isola-se da realidade social para que assim possa esfumar-se com uma fútil raiva ainda maior, continuando, por meio disso, a ser uma travessura subcultural para ingênuos jovens e entediados consumidores de roupas pretas e pôsteres excitantes.(...) O poder, que sempre existirá, pertencerá ou ao coletivo, em uma democracia cara-a-cara e claramente institucionalizada, ou aos egos de poucos oligarcas que produzirão uma “tirania das organizações sem estrutura”.(...) O isolamento do anarquismo de estilo de vida e seus fundamentos individualistas devem ser considerados responsáveis por restringir o desenvolvimento do ingresso de um potencial movimento libertário de esquerda numa esfera pública cada vez mais reduzida.(...) A bandeira negra, que os revolucionários defensores do anarquismo social levantaram nas lutas insurrecionais na Ucrânia e Espanha, torna-se agora um “sarongue” da moda, para deleite de chiques pequeno-burgueses.(...) UM TIPO DE ANARQUISMO DE ESTILO DE VIDA: A TAZ DE HAKIN BEY A T.A.Z. é tão passageira, tão evanescente, tão inefável em contraste com o Estado e a burguesia formidavelmente estáveis que “assim que a T.A.Z. é nomeada (...) ela deve desaparecer, ela vai desaparecer (...) e brotará novamente em outro lugar”. A T.A.Z., de fato, não é uma revolta, mas sim uma simulação, uma insurreição igualmente vivida na imaginação de um cérebro juvenil, uma retirada segura para a irrealidade. Entretanto, Bey declama: “Nós a recomendamos [a T.A.Z.], pois ela pode fornecer a qualidade do enlevamento, sem necessariamente [!] levar à violência e ao martírio”. Mais precisamente, como um happening de Andy Warhol, a T.A.Z. é um evento passageiro, um orgasmo momentâneo, uma expressão fugaz da “força de vontade” que é, de fato, uma evidente impotência em sua capacidade de deixar qualquer marca na personalidade, subjetividade ou mesmo na auto-formação do indivíduo, e menos ainda em modificar eventos ou a realidade. (...) A burguesia não tinha nada a temer com essas declamações de estilo de vida. Com a sua aversão pelas instituições, organizações de massa, sua orientação amplamente subcultural, sua decadência moral, sua celebração da transitoriedade e sua rejeição de programas, esse tipo de anarquismo narcisista é socialmente inócuo e, com freqüência, meramente uma válvula segura para o descontentamento com a ordem social dominante. Com Bey, o anarquismo de estilo de vida foge de toda militância social significativa e do firme compromisso com os projetos duradouros e criativos, quando se dissolve nas queixas, no niilismo pós-modernista e na confusão. O senso nietzschiano de superioridade elitista. O preço que o anarquismo pagará se permitir que este absurdo substitua os ideais libertários de um período anterior será enorme. O anarquismo egocêntrico de Bey, com seu afastamento pós-modernista em direção à “autonomia” individual, às “experiências-limite” foucaultianas, e ao êxtase neo-situacionista, ameaça tornar a palavra anarquismo política e socialmente inocente – uma simples moda para o gozo dos pequenos burgueses de todas as idades. ANARQUISMO SOCIAL [Até hoje] os anarquistas não criaram nem um programa coerente, nem uma organização revolucionária para proporcionar uma direção ao descontentamento da massa que a sociedade contemporânea está criando.(...) O anarquismo social, a meu ver, é feito de uma essência fundamentalmente diferente, herdeira da tradição iluminista, com a devida consideração aos seus limites e imperfeições. Dependendo de como se define a razão, o anarquismo social celebra a mente humana pensante sem, de forma alguma, negar a paixão, o êxtase, a imaginação, o divertimento e a arte. Contudo, ao invés de materializá-las em categorias nebulosas, ele tenta incorporá-las na vida cotidiana. O anarquismo social está comprometido com a racionalidade, embora se oponha à racionalização da experiência; com a tecnologia, embora se oponha à “mega-máquina”; com a institucionalização social, embora se oponha ao sistema de classes e à hierarquia; com uma política genuína, baseada na coordenação confederal de municipalidades ou comunas, pelo povo, com democracia direta cara-a-cara, embora se oponha ao parlamentarismo e ao Estado. Essa “comuna das comunas”, para utilizar um slogan tradicional das revoluções anteriores, pode ser indicada, de maneira apropriada, como sendo o comunalismo. No entanto, os oponentes da democracia como “sistema”, ao contrário, descrevem a dimensão democrática do anarquismo como uma administração majoritária da esfera pública. Conseqüentemente, o comunalismo busca a liberdade, ao invés da autonomia, nesse senso que eu a contrapus. Ele rompe categoricamente com o ego boêmio, liberal, psico-pessoal stirneriano, por este ser um soberano encerrado em si mesmo, afirmando que a individualidade não emerge ab novo, enfeitada no nascimento com “direitos naturais”, e vê a individualidade, em grande medida, como o trabalho em constante mudança do desenvolvimento social e histórico, um processo de autoformação que não pode ser petrificado pelo biologismo e nem preso por dogmas limitados temporariamente.(...) A democracia não é antitética ao anarquismo; o critério de decisão pela maioria e as decisões não consensuais também não são incompatíveis com uma sociedade libertária.(...) O aspecto mais criativo do anarquismo tradicional é o seu comprometimento com quatro princípios básicos: uma confederação de municipalidades descentralizadas, uma firme oposição ao estatismo, uma crença na democracia direta e um projeto de uma sociedade comunista libertária.(...) Em resumo, o anarquismo social deve afirmar, resolutamente, suas diferenças com o anarquismo de estilo de vida. Se um movimento social anarquista não pode traduzir seus quatro princípios – confederalismo municipal, oposição ao estatismo, democracia direta e, finalmente, o comunismo libertário – em uma viva prática, em uma nova esfera pública; se esses princípios se enfraquecem como suas memórias de lutas passadas em declarações e encontros cerimoniais; pior ainda, se eles são subvertidos pela Indústria do Êxtase “libertária” e pelos teísmos asiáticos quietistas, então seu centro socialista revolucionário terá de ser restabelecido sob um novo nome. Certamente, já não é mais possível, do meu ponto de vista, chamar alguém de anarquista sem adicionar um adjetivo qualificativo que o distinga dos anarquistas de estilo de vida. Minimamente, o anarquismo social está radicalmente em desacordo com o anarquismo que é focado no estilo de vida, a invocação neo-situacionista ao êxtase e a soberania do ego pequeno burguês que cada vez contrai-se mais. Os dois divergem completamente em seus princípios de definição – socialismo ou individualismo. Entre um corpo revolucionário comprometido de idéias e prática, por um lado, e o anseio vagabundo para o êxtase e a auto-realização privados de outro, nada pode haver em comum. A mera oposição do Estado pode bem unir o lúmpem fascista com o lúmpem stirneriano, um fenômeno que não está sem seus precedentes históricos. PERSPECTIVAS PREOCUPANTES A menos que eu esteja gravemente errado – e espero estar – os objetivos sociais e revolucionários do anarquismo estão sofrendo um desgaste de longo alcance ao ponto em que a palavra anarquia se tornará parte do elegante vocabulário burguês do século XXI – desobediente, rebelde, despreocupado, mas deliciosamente inofensivo. -------------------------------------------------------------------------------- Fonte: Anarkismo.net

domingo, 2 de dezembro de 2012

Protesto contra a refundação do ARENA em São Paulo.

Nesse sábado(01 de Dezembro)foi realizado um protesto contra a refundação do ARENA(Aliança Renovadora Nacional),partido da ex ditadura militar brasileira.Além de ser um insulto à familiares e vítimas desse período sinistro da história recente no país,pode também aumentar consideravelmente as práticas de delito de intolerância por grupos já organizados e atuantes,principalmente nas grandes capitais.A exemplo do que está acontecendo na Grécia,com a ascensão do partido de extrema direita com ideais neo-nazista Aurora Dourada.As agressões à imigrantes e à minorias negras e homossexuais tem subido de maneira assustadora.É preciso evitar que esse projeto "político" prossiga e também é urgente a criminalização desses grupos organizados que promovem e praticam a intolerância em nome de uma suposta "moralidade" e nacionalismo exagerados. DIGA NÃO À REFUNDAÇÃO DO ARENA! Fotos do protesto: