quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A cena muda?

"Se não posso dançar,não é minha revolução" -Emma Goldman

Esse seguinte ensaio,tem como objetivo fazer um recorte do que está sendo e de como penso que deveria ser a cena antifascista realmente libertária.
A um certo tempo,venho participando da organização e da luta antifascista na cidade de São Paulo,unindo punks,skinheads e anarquista,em torno de um ideal em comum,combater as organizações de intolerância neo-nazistas e nacionalistas.O uso de violência é quase um consenso,quando a ideia de combate é colocada em pauta,mas nem todos estão realmente interessados em atuar dessa maneira,e na verdade,nem sei se essa seria a melhor estratégia para combater o real problema.Vejamos porque:
Os grupos de intolerância,conseguiram ao longo do tempo,imputar à cena skinhead um paradigma equivocado,fazendo parecer que a própria cultura tenha nascido de um ideal racista,machista e violento,quando na verdade ela surge nos bairro operários londrinos,influenciados pelo SKA jamaicano.Era um movimento exclusivamente musical e comportamental,e não tinha nenhuma pretensão política.A mesma coisa era a cena punk,que surgiu de uma necessidade de subverter o status quo musical de uma determinada época,e,fora sua radicalidade estética,não possuía também,um suporte ideológico determinado.
Quando esses grupos de intolerância começaram a ganhar visibilidade e perseguir grupos sociais específicos,também começou a pipocar grupos organizados para combater o que seria (e continua sendo) uma ameaça as liberdades individuais e coletivas.Desde então,iniciou-se uma guerra silenciosa,mas que tem feito inúmeras vítimas,tanto emocionais como fatais,e nesse cenário de horrores,ainda não conseguimos encontrar uma estratégia realmente eficiente para inverter a situação.
Muitas das pessoas inseridas na cena,estão pouco acostumadas a refletir se suas atitudes realmente surtem resultados positivos.E as vezes nem me parece que esta é realmente a intenção de alguns,pois o fato de "pertencer" a certo grupo e quase que mais importante do que a própria postura política que esse grupo representa,ou nem mesmo estão interessados em saber se existe essa postura.Assim,acabam colaborando ainda mais com o estigma que a sociedade tem sobre a cultura em que ele está inserido.
Contudo,acredito ser importante para todos os engajados na emancipação das liberdades e no fim do obscurantismo fascista,demonstrar através da conscientização,de apresentar as propostas libertárias de forma contundente e acima de tudo ética.Eu entendo a liberdade como algo que seja de direito inalienável,e todos,sem exceção,buscamos a felicidade.Se é essa a nossa luta,façamos diferente.Deixemos a violência em segundo plano,numa provável emergência,e celebremos a vida,em sua plenitude.

Danilo Henrique - Frente Antifascista.

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